Oléo de Alho e suas funções
Por Nutricionista Elaine C. Francatto Nutricionista CRN 43907
A fitoterapia é uma terapêutica popular milenar. Com o reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na Conferência de Alma Ata em 1978, o aproveitamento das plantas medicinais foi ressaltado como parte do Programa Saúde Para Todos no Ano 2000 recomendando-se, inclusive a realização de mais estudos e a propagação do uso das plantas medicinais regionais como uma maneira de diminuir custos dos programas de saúde pública. A utilização de plantas medicinais nos programas de atenção primária à saúde pode se constituir numa alternativa terapêutica muito útil devido a sua eficácia aliada a um baixo custo operacional, a relativa facilidade para aquisição das plantas e a compatibilidade cultural do programa com a população atendida. Um dos produtos que merece destaque quando falamos de fitoterápicos é o alho (Allium sativum), o mesmo tem indícios de seu uso no antigo Egito, na Grécia (onde era conhecido como "rosa fedida") e na Babilônia há mais de cinco mil anos. Foi Hipócrates o primeiro a descrever com detalhes o uso terapêutico do alho, como diurético e laxante. Plínio e Galeno, médicos romanos, também utilizavam o alho para o tratamento de infecções intestinais, problemas digestivos, hipertensão, senilidade e impotência. Hoje, os médicos naturalistas e outros adeptos da cura pelas ervas, receitam o alho para prevenir resfriados, gripes e outras doenças infecciosas, além disso, os compostos ativos do alho mostram-se eficazes quanto à prevenção de doenças cardiovasculares (aumentam os níveis séricos de HDL - colesterol "bom"), reduzem as taxas de triglicerídeos, inibem a agregação plaquetária e possuem propriedades hipoglicemiantes. Destaca-se também seu potencial antimicrobiano, mostraram-se eficaz no combate da Helicobacter pylori, bactéria responsável pela maioria dos casos de dispepsia (dificuldade de digestão), câncer gástrico e também de úlceras gástricas e duodenais. Sua atividade antifúngica também é intensa, inibindo as nitrosaminas, substâncias tóxicas associadas ao câncer de estômago. Sua ação antiinfecciosa apresenta algumas vantagens em relação aos antibióticos sintéticos, como: • Pode ser administrado durante mais tempo sem medo de reações adversas; • Seu emprego não resulta em cepas resistentes; • Não afeta a flora intestinal; • Apresenta atividade antiviral. Sendo assim, ele pode ser incentivado pelos profissionais de saúde como terapia complementar. Hoje, já encontramos o óleo de alho em capsula, facilitando o consumo e tendo maior controle sob a dosagem recomendada. Procure sempre um profissional qualificado para maior orientação quanto ao uso de qualquer suplemento.
Bibliografia
Burian, J. P.; Efeito imunomodulatório e
controle da infecção fúngica do extrato de alho (Allium sativum L.) em modelo
murino de esporotricose, Disponível
em: <https://hdl.handle.net/11449/138189>;
TORRES, A.R. et al . Estudo sobre o uso de plantas medicinais em
crianças hospitalizadas da cidade de João Pessoa: riscos e benefícios.Rev. bras. farmacogn., João Pessoa , v. 15, n. 4, p. 373-380,
Dec. 2005 . Available from
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2005000400019&lng=en&nrm=iso>.
access on 02 Aug. 2020. https://doi.org/10.1590/S0102-695X2005000400019.