Vitamina D em alta
Por Nutricionista Elaine C. Francatto Nutricionista CRN 43907
A vitamina D é um hormônio esteroide de extrema importância no bom funcionamento do organismo. É produzida, de forma endógena (se desenvolve através de fatores externos), nos tecidos cutâneos após a exposição solar e também obtida pela ingesta de alimentos específicos ou por suplementação. Esta pode ser encontrada sob duas formas: a vitamina D2 (ergocalciferol) e a vitamina D3 (colecalciferol), sendo a vitamina D2 encontra-se nas plantas que é o produto da irradiação pelos raios ultravioleta, hoje é consumida sob a forma de suplemento ou em alimentos fortificados. A vitamina D3 é o produto da irradiação pelos raios UV-B, sendo sintetizados na pele humana ou consumida sob a forma de peixes gordos, alimentos fortificados ou como suplementos. Para o ser humano, a irradiação solar é a principal fonte de vitamina D, sendo que a dieta é considerada como uma fonte secundária. A vitamina D é convertida no fígado exercendo múltiplos efeitos no organismo e, além disso, os receptores nucleares da vitamina D (VDR) estão presentes na maioria dos tecidos, incluindo o endotélio, músculo liso vascular e miocárdio, e que os seus efeitos biológicos vão muito além do metabolismo ósseo. Quando há a carência de vitamina D, apenas 10 a 15% de cálcio da dieta e cerca de 60% do fósforo são absorvidos. Ela possui interação na eficiência da absorção intestinal de cálcio em 30 a 40% e na absorção de fósforo em cerca de 80%. Fica fácil relacionar uma deficiência leve de vitamina D com a má absorção de cálcio, conduzindo uma perda de massa óssea, aumentando o risco de fraturas por pequenos traumas e deformidades ósseas. A fraqueza muscular também é um sinal clínico de hipovitaminose D, que ocorre devido ao prejuízo do relaxamento e da contração muscular e pode aumentar o risco de quedas e de fraturas na velhice. Também há um análogo sintético da vitamina D, o calcipotrial, que estimula a diferenciação celular das células epiteliais, e vem sendo explorado no tratamento da psoríase. Acredita-se que esse hormônio seja dotado de várias outras funções além do metabolismo do cálcio e dos ossos, tendo papel na regulação do magnésio, na liberação de insulina pelo pâncreas, na secreção de prolactina pela hipófise, na depuração da creatinina endógena e na inibição da produção de renina. Com essa diversidade de receptores, a deficiência de vitamina D também é associada a doenças auto imunitárias, como diabetes mellitus tipo 1, esclerose múltipla, doença inflamatória intestinal, lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide, além da recente associação com cânceres e até hipertensão arterial sistêmica. Com o surto de COVID-19, a hipovitaminose de vitamina D também foi relacionada à maior mortalidade pela doença, devido sua falta contribuir para a síndrome do desconforto respiratório agudo, com isso a suplementação oral em altas doses esta sendo amplamente orientada. A importância de manter níveis regulados da vitamina D no organismo são inúmeros, por isso sempre procure um profissional, nutricionista ou médico, e peça auxílio para esse cuidado!
Bibliografia
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CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS, A IMPORTÂNCIA DO SEU DOSEAMENTO E A SUA
SUPLEMENTAÇÃO. PATIENT CARE. FEVEREIRO 2017.